Minhas Olimpíadas - Deborah Ferreira Rebel
Como o Brasil inteiro, eu estava preocupada com a ideia do Rio de Janeiro sediar as Olimpíadas de 2016. Com tantos problemas no país, muito poderia dar errado.
Mas nada deu. Com exceção de pequenos problemas aqui e ali, os Jogos superaram as expectativas de todos. Um evento esportivo espetacular foi realizado no Rio de Janeiro, mostrando assim muito da cultura brasileira para o mundo. E, com certeza, estávamos precisando recuperar um pouco do nosso orgulho brasileiro.
Infelizmente, uma grande parte da minha experiência foi a enorme frustração de ver a mídia internacional ridicularizando nossos esforços e nossa cultura. Críticas são normais e até bem vindas, mas deboches e piadas sobre o que deu e o que não deu errado no Rio só me entristeceram, pois o objetivo de cada argumento era óbvio: manchar a imagem do Brasil.
Li uma matéria da revista americana Cosmopolitan que listava 12 coisas que deram errado na Rio 2016, com o subtítulo “Basicamente, o que não deu errado?” Além disso, o último argumento da matéria eram os casos de zika, que definitivamente não foram um problema durante os Jogos Olímpicos.
Por que a mídia internacional (principalmente a norte-americana) fez tanta questão de denegrir uma celebração alegre, especialmente sabendo dos esforços feitos pelos brasileiros para sediar bons Jogos?
Já a mídia brasileira fazia o extremo oposto; considerava o retorno do povo brasileiro “positivo” quando uma parcela, no mínimo, considerável da população era extremamente contrária aos Jogos. Por que não mostrar e explicar ambos os pontos de vista para que os leitores possam formar sua própria opinião? Afinal, o essencial das notícias é a neutralidade.
Apesar de extremamente decepcionada com a mídia nacional e internacional dos Jogos Olímpicos Rio 2016, diria que foi um evento muito proveitoso e bem-sucedido. O clima de felicidade e choque de culturas no Rio de Janeiro foi único e lindo, me deixando extremamente orgulhosa do meu país e da minha cidade.
Minhas Olimpíadas - Arthur von der Schulenburg
A minha experiência com as Olimpíadas foi muito agradável, fui uma vez ao Parque Olímpico para assitir Polo Aquático, uma vez ao Maracanãzinho para assistir à uma partida de Vôlei e fui também à Praia do Flamengo para assistir às competições de Vela. Andei muito também nas ruas de nossa cidade durante os Jogos me sentindo mais seguro do que nunca.
Para o Parque Olímpico, eu fui com dois amigos. Nós pegamos a nova linha do metrô que, atualmente, liga até a Barra. Normalmente alguém do Rio ajuda os gringos quando não sabem como chegar a algum lugar mas dessa vez, uma família da Austrália nos ajudou quando precisamos. Depois do metrô, pegamos o BRT que também funcionou perfeitamente. Apesar do altíssimo preço de comidas e bebidas no Parque Olímpico, a experiência, em geral, foi ótima.
A ida ao Maracanãzinho com meu pai foi igualmente agradável. Todos os voluntários foram extremamente simpáticos e educados sempre que os abordamos. O jogo foi realmente um espetáculo. O show de luzes no início foi realmente algo especial. Infelizmente, o time dos Estados Unidos perdeu para os Italianos em um jogo equilibrado.
Minha última experiência direta com os Jogos foi a ida à Praia do Flamengo com vários amigos da vela para assistir ás regatas do dia. Foi um dia realmente incrível. Acompanhamos de perto a inacreditável recuperação de Robert Scheidt que largou em trigésimo segundo e completou a regata em segundo. Fomos entrevistados por algumas revistas porque estavamos correndo de um lado pro outro torcendo para os brasileiros na regatta de 49er, foi realmente um dia muito divertido.
Para resumir, minhas Olimpíadas não poderiam ter sido melhores. O clima de festa na cidade estava maravilhoso. Foi um mês muito especial.
Minha experiência olímpica - Clarice Möller
Infelizmente os Jogos Olímpicos acabaram. Mesmo assim todos esses acontecimentos vão ficar em nossas memórias para sempre. Eu, morando no Rio de Janeiro, tive o privilégio de ver tudo de perto e sentir a emoção dessa Olimpíada.
Enfim chegou dia 5 de agosto de 2016, a cerimônia de abertura. Não consegui ingresso para assistir pessoalmente, mas vendo pela televisão, parecia estar lá no Maracanã. Nos primeiros dias acompanhei tudo pela televisão. Quando saia na rua, sentia uma energia diferente, a cada esquina que virava escutava um idioma diferente. Percebi que as ruas estavam bem sinalizadas, tudo organizado e vários voluntários preparados para ajudar.
Na segunda semana de competições, tinha vários ingressos diferentes: dois de atletismo, um de handebol, dois de vôlei de quadra, dois de vôlei de praia e mais outros. Em todas as instalações que fui (Arena de Copacabana, Estádio Olímpico, Maracanãzinho e Parque Olímpico), tudo estava muito bem organizado e limpo. Não peguei fila em banheiros, estádio limpo, fila de compras organizadas, transporte público em ótimo estado, etc. Em todos os jogos que eu fui, a torcida estava sempre animada torcendo para seu país. Isso me fez ver como cada país torce, o que foi bem interessante.
Porém, como cada grande evento, tiveram algumas coisas que poderiam ter sido melhores. Muitos voluntários não sabiam falar inglês adequadamente, por isso vi vários turistas perdidos, sem saber onde ir ou o que fazer. Na noite em que fui no Maracanãzinho, sai de lá por volta de meia-noite, e a estação do metrô do Maracanã já estava fechada. Então, tivemos que andar por muito tempo até a próxima estação. Como já sabiam que o jogo ia até tarde, deveriam ter deixado a estação aberta por mais um tempo.
Por isso, acho que não é correto falar que tudo ocorreu perfeitamente, mas também não podemos negar que, em vários aspectos, essa Olimpíada foi especial. Recordes forma batidos, atletas se superaram, todos se emocionaram, e tudo isso acontecem em nosso país, na frente dos nossos olhos. Acredito que a cidade do Rio de Janeiro vai receber vários legados, como o Parque Olímpico ou a extensão do metrô até a Barra. O importante é utilizar essas novas instalações, fazer com que a população tenha acesso e use regularmente.
Essas duas semanas foram, para mim, inesquecíveis. Nunca imaginei uma Olimpíada no Brasil. Vou sentir saudade das competições e de passar o dia inteiro vendo-as. Eu me sinto muito privilegiada de ter vivenciado isso e de ter tido essa experiência, da qual nunca vou me esquecer.
Minhas Olimpíadas cariocas - Juliana Ernst
A Zona Sul do Rio de Janeiro é, afinal, a cara do espírito olímpico. Vivendo em clima de festa e sempre em busca de uma aparência física perfeita, a cidade é o palco ideal para os Jogos e não há melhores anfitriões do que os cariocas.
Foi emocionante. Cada momento. Ver turistas aproveitando a praia como se fossem daqui, presenciar o Maracanã inteiro cantando o hino brasileiro com muito orgulho, andar de metrô, VLT, BRT e ônibus com segurança!
A grande brincadeira dessas férias foi dizer que, apesar de não ter saído do Rio, eu viajei. Fui visitar uma cidade onde toda a infraestrutura funciona. Vi um Rio de Janeiro com áreas revitalizadas e estabelecimentos com perfeitos atendimentos. Eu tive a chance de conhecer um Rio de Janeiro muito diferente do Rio no qual vivi nos últimos quinze anos.
Nessas Olimpíadas, o Brasil se mostrou capaz, festeiro e alegre para o mundo. Não houve “zebra”; houve arena na praia, Gisele, samba, açaí, Caetano, Gil, biscoito Globo e todas as melhores qualidades do povo brasileiro! Deu muito orgulho.
Apesar da satisfação de ver a felicidade estampada no rosto de todos indo assistir a jogos, não pude evitar o fato de que eu me senti desinformada. Eu fiquei muito contente com a atenção dada pela mídia para os medalhistas, mas o que estava acontecendo em Brasília? O que acontecia nos complexos com o maior índice de mortes cometidas por policiais? Será que como a festa foi linda, nós vamos esquecer todo o dinheiro roubado?
É a combinação do orgulho e da vergonha. A felicidade de dar a festa internacional mais bonita de todas e a tristeza de tantos problemas nacionais ignorados. Não sei se nessa combinação um é causa e o outro consequência. Mas, ao meu ver, a felicidade e o orgulho são a esperança de que acharemos a solução para a vergonha e os problemas ignorados. Depois desses Jogos Olímpicos acredito que venceremos medalha de ouro no jogo contra a corrupção assim como nossos atletas medalhistas: com orgulho de ser brasileiro.
Experiência, da qual nunca vou me esquecer.
Minhas Olimpíadas - Maria Carolina Falkenbach
As olimpíadas vão muito além do esporte. É um evento que involve 206 nações e milhares de atletas que treinaram a vida inteira para estar ali, representando seu país com orgulho. Esse ano (2016) o Rio de Janeiro, cidade maravilhosa, foi a sede desse mega evento.
Quem acompanhou ,sabe, que houve muitas polêmicas ao longo desses anos de preparação para o Rio2016. Muitos se perguntavam: “Será que tudo ficará pronto a tempo?”. Os otimistas logo colocavam um sorriso no rosto e diziam que tudo ia dar certo, mas por outro lado os pessimistas, ou talvez realistas, não acreditavam que tudo daria certo. Mas não é que deu?
Tive a oportunidade de acompanhar esse evento com uma perspectiva diferente, a perspectiva de uma carioca nos Estados Unidos. Confesso que, no início, estava apavorada, porque a final de contas era reputação do meu país que estava em jogo. Mas nós conseguimos, desde a abertura até o encerramento, nós deixamos o mundo mundo cativado. Têm uns que dizem que foi o nosso jeitinho carioca, outros já apostam na exuberância da nossa cidade, mas em minha opinião foi o conjunto da obra. O Rio2016 foi uma ótima demonstração do que chamamos de "espirito olímpico”, um termo que já existe desde a Grécia antiga. E não era só o Rio em festa, mas sim o mundo inteiro.
Posso afirmar com muita certeza que o Rio conseguiu causar uma bela impressão nos nossos tão adorados gringos. Mesmo com todos os defeitos, a cidade maravilhosa, desempenhou seu papel brilhantemente.
Minhas Olimpíadas - Arthur Roxo Py
Nos Jogos Olímpicos do Rio 2016 a rotina de, possivelmente, todos cariocas foi alterada em intensidade e de formas variadas, é claro. Moradores de áreas onde houveram remoções foram obrigados a deixar suas casas, três de meus pais, que trabalham com hotelaria, tiveram jornadas de trabalho longas e exaustivas, como as de vendedores, lojistas, motoristas de Uber e táxi e uma grande quantidade de trabalhadores em geral.
A minha rotina também foi alterada. As férias de inverno dos estudantes cariocas este ano foram em agosto, ao invés de julho. Uma parte considerável delas passei assistindo a jogos pela televisão. Pouco via minha mãe e padrasto por trabalharem em um hotel. Minha madrasta, que fez de nossa casa um albergue, quase não saiu de lá durante esses 16 dias, pois estava cheio de turistas. Estou acostumado com a casa cheia de estrangeiros, no entanto foi especialmente legal poder conversar com eles e descobrir a visão que eles tinham da cidade durante as olímpiadas.
Algumas coisas que realmente me impressionaram foram a quantidade de turistas, cariocas e militares que haviam nas ruas e o marketing ostensivo feito por empresas como a Google, Coca-Cola e Visa. A Visa, por exemplo, ocupou 200 quartos do hotel onde meu padrasto trabalha só com seus colaboradores; a Coca-Cola junto com a Nissan e o Bradesco, segundo o site economia.uol.com.br, pagaram mais de 500 milhões de reais só pelo patrocínio da tocha. Para mim cada vez mais foi ficando evidente que por trás do maior evento esportivo do mundo há muita política e dinheiro envolvidos. Outro exemplo foram as cerimônias de abertura olímpica e paraolímpica, que achei supreendentemente fantásticas, houveram vaias ao atual presidente em comando do Brasil, que estava lá.
Certas vaias me deixaram um tanto decepcionado com o público brasileiro; como quando a goleira adversária do Brasil no jogo contra a China era vaiada toda vez que pegava a bola.
A limpeza, transportes públicos, segurança e infraestrutura que a cidade proporcionou me surpreenderam, pois foram bem melhores de o que temos normalmente. A infraestrutura e o transporte público, como a reforma da praça Mauá e a construção de linhas de Metro, são úteis para cidade, e espero que sejam bem mantidos no futuro. Não acredito tanto na permanência da limpeza e da segurança, pois houve uma piora da manutenção das benfeitorias após Copa do Mundo de 2014.
As Olimpíadas Rio 2016 não foi só perfeição, mas foram 16 dias de muita agitação, alegria e interculturalidade. A maior lição que aprendi foi, como disse Phillip Craven, presidente do Comitê Paraolímpico Internacional, na cerimônia de abertura dos jogos paraolímpicos Rio 2016, somos todos parte de um mundo.